Pode parecer estranho para algumas pessoas, mas sou uma completa apaixonada pela dor. Dor saudável - se é que ela existe -, dor suportável, eu diria. Entre as dores físicas, as musculares são minhas preferidas; mas nehuma - eu disse nenhuma - dor se compara a dor de uma grande e avassaladora paixão. Paixão de verdade, só é paixão quando dói, quando sangra, e eu me sinto muito mais inteligente e inspirada quando estou sofrendo. Difícilmente escrevo bons textos quando estou feliz, as vezes consigo fazer algo legal, mas falta profundidade, intensidade. Quando estou muito triste, uma das primeiras coisas que faço é escrever, isso depois de uma música melancólica, um incenso, e uma bebida. Aí são lágrimas e mais lágrimas, no melhor estilo Maysa. Aliás, as músicas de Maysa são ótimas para esses dias de depreção alternativa, perdendo apenas para as letras de Renato Russo, escritas em sua fase terminal.
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