Perguntas e dúvidas sobre jornalismo, são apresentadas em “O estilo magazine: o texto em revista”. Escrito pelo jornalista e professor Sergio Vilas Boas, o livro analisa as características do texto jornalístico das revista de informação, descreve as técnicas da escrita e ensina a conciliar jornalismo e literatura. Mostrando que assim como as revistas, também podem aderir o estilo magazine, trazendo um texto mais criativo e leve, saindo um pouco das regras impostas pelo lead.
“Além de visualmente mais sofisticada, outro fator a diferencia sobremaneira do jornal: o texto. Com mais tempo para extrapolações analíticas do fato, as revistas podem produzir textos mais criativos, utilizando recursos estilísticos geralmente incompatíveis com a velocidade do jornalismo diário.” Diz o autor que cita também o que podemos chamar de jornalismo literário, uma maneira de narrar a realidade a partir de uma perspectiva mais subjetiva: a observação participante do repórter. Deixando claro que a revista pode – e deve – flertar com a literatura, mas sem jamais perder o caráter informativo do jornalismo.
Ao longo da obra, o autor analisa também o perfil de revistas aclamadas pelo público, como as extintas Realidade, Manchete e O Cruzeiro, que através de suas grandes reportagens, consagraram o gênero magazine no Brasil. O terceiro capítulo traz trechos de matérias publicadas pela Veja e pela IstoÉ, e por meio de exemplos, detalha sugestões sobre texto impresso, mostrando ao leitor outras possibilidades de escrita.
Para o autor, escrever para revista é um grande desafio pelo padrão de qualidade que este meio exige. E é necessário, antes de buscar um rumo harmonioso e sedutor para o texto, organizar o pensamento e as ideias. Para chegar a um bom resultado, o começo seroa pensar:
“Pensar porque escrever é fazer funcionar de modo organizado a lógica do pensamento. Sem isso, dificilmente um texto mais longo alcançaria seu objetivo maior: prender a atenção do leitor do inicio ao fim.”
Como todo bom livro, “O estilo magazine: o texto em revista” não encerra a discussão em torno do estilo magazine; pelo contrário, amplia-a. Enquanto isso, muitas revistas apostam nessa fórmula, há tempos esquecida pelo pragmatismo que tomou conta das redações brasileiras nas últimas décadas.
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