Quem mora em Niterói e tem o mínimo de bom gosto sabe que não rola mais passar a noite de Reveillon por aqui. A não ser que esteja afim de ver as mesmas pessoas de sempre, falar oi a cada 5 minutos e ir para casa depois da meia noite porque não se tem mais nada pra fazer.
O lugar preferido para quem quer se divertir e sair um pouco da rotina sem gastar muita grana é a Região dos Lagos. Araruama era meu destino, pra ser mais exata, Praia Seca.
Quinta-feira, 31, nove da manhã e uma chuva completamente indesejavel resolveu aparecer, e cá entre nós chuva não combina com mala pesada, sono, fome, e pra completar, uma vam cheia para chegar no terminal rodoviário. O mais irônico é que independente da situação, eu sempre vejo o lado positivo das coisas quando estou com minhas amigas, e elas estavam lá, falando as besteiras de sempre, rindo de nós mesmas.
A senhora vestida de branco e turbante na cabeça, nos desejou "feliz ano novo e muita chimboquinha"
Tivemos sorte, não enfrentamos fila, o ônibus estava pronto pra sair. O lado ruim disso foi que não tivemos tempo para comprar algo para comer. Solução? Atacar o panetone que estava na minha mala!
Mímica, música, conversas sem fim, cochiladas, tudo para tentar não ver o tempo passar. Não pegamos engarrafamento, sorte mais uma vez.
Duas horas depois, chegamos. Outros dois integrantes da trip nos esperavam no ponto de ônibus. Lá estava sol. Sorte? Ir a praia foi a primeira coisa que fizemos, o mar não estava muito bonito, e assim que chegamos começou a chover. Nem tudo é perfeito né?
Mas o pior estava por vir, chegar em casa e ser obrigada a comer a comida feita por três 'espertões' que esqueceram de lavar o macarrão e acabaram inventando sem querer uma nova cola de madeira. Eu sou chata e não quis comer. Mas bebi. Ah, e como bebi! Ainda não havia escurecido e eu já estava 70% bêbada. "Coloca o CD do Rappa aí, no último volume e apaga a luz" Três retardadas levemente alcoolizadas pulando pela casa com uma vassoura na mão. Nem preciso falar que eu era uma delas né?
Uhuuuuul, mas uma amiga chegou! pensei sinceramente que ela não apareceria. Agora sim, time completo, partimos para a rua.
Antes de tudo: Passar na casa da família dos donos da casa e filar algo para comer. Aproveitei para comer comida de verdade, que passava longe daquele macarrão grudento. Fomos para a praia.
Queima de fogos, champagne, beijos, abraços, música, foto, tombos, risadas e um pouco de chuva. Mas muito pouco. depois da meia noite eu já não estava bêbada, então resolvi ligar para minha mãe.
Tanto peixinho morto no mar, fiquei com pena, fiquei triste.
Faltando pouco para amanhecer, fomos para a casa, e na sexta do dia seguinte uma surpresa: Eu fui tomada por uma alergia louca que atacou grande parte do meu corpo. Manchas vermelhas e enormes, coçando, nas pernas, na barriga, e aquilo parecia se alastrar a cada minuto. Solução? Farmácia.
"Nossa, tá horrível" "Ela tem que ir ao médico" "O que você comeu?"
Era tanta gente falando junto. Não fui ao médico, nem me entreguei ao desespero, apelei ao velho Polaramine. O que mais me irritava era saber que não poderia beber, e incrivelmente nesse dia a cerveja estava mais gelada que o normal, as pessoas estavam mais alegres. Eu deitada, bebendo água-de-coco, e vendo a galera na piscina. As manchas foram sumindo, e viva o Polaramine!
"Gente, será que já posso beber?" E então bebi. Resultado: Manchas voltando! Solução? Mais um Polaramine, escondido, é claro. Quando escureceu eu já estava melhor, não bebi novamente, mas entrei na piscina e por algumas horas viramos crianças de novo. Foi engraçado.
Mas a noite não terminava, uma da manhã e ainda tinhamos pique para dar uma volta pela cidade. Voltando para casa pude presenciar a cena que considerei a melhor de toda a viagem. Duas das minhas amigas entraram numa nóia sem fim de que o gato da casa estava perceguindo elas, as duas se trancaram no banheiro, enquanto o gato, na porta, miava sem parar. Elas, desesperadas como eu nunca vi, não conseguiam sair porque tinham certeza de que o gato estava possuído e iria atacá-las!
No sábado da manhã seguinte, duas das companheiras de trip abandonaram o barco, voltaram para casa e disseram adeus á vida boa.
Eu continuei, demos uma volta na lagoa a tarde, ensinei aos meninos como se faz um macarrão de verdade, e obriguei todos a assistirem comigo um filme que queria ver a muito tempo: "Uma prova de amor". Dramalhão mesmo, filme feito pra chorar. e chorei. Minha amiga, por motivos pessoais, ficou ainda pior, dei um abraço forte nela.
Lágrimas enchugadas, deixamos a deprê de lado e compramos infinitas cervejas para encher a cara em casa mesmo. Resultado: Eu como sempre, a mais bêbada, falando as maiores besteiras e querendo beber mais.
A bebedeira fez com que acordássemos mais tarde do que esperávamos no domingo, nosso último dia da viagem. Rabanada, pão e macarrão pra matar a larica. E no fim da tarde nos despedimos da mordomia e voltamois para casa. Sono, sede, ônibus lotado e blá blá blá ...
Um comentário:
Ri muito com a sua historia de ano novo... e me impressiovei com seu texto, adorei de verdade. Facil de ler, divertido e muito bem escrito!
Ja sou o primeiro fã do seu blog!!
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