É incrível como você me tem nas mãos tão intensamente por alguns instantes e consegue me fazer escapulir entre os dedos logo em seguida... Essa sua bipolaridade me incomoda, e você sabe que sempre odiei relações mal resolvidas, assim como essa sensação de não saber o que está acontecendo de verdade. Um "eu te amo" hoje dito por ti ganha o meu sorriso mais sincero, a sua ausência no dia seguinte consegue ser tema dos meus dias mais confusos.
Me pego diversas vezes com aquele olhar perdido de quem não está alí, com as mãos no telefone esperando uma ligação sua, e quando ele toca, respiro fundo, espero no mínimo uns três toques, armo o meu "Alô" mais bonito... Mas nunca é você... Já fazem quatro dias após aquele noite e eu continuo inventando desculpas para mim mesma devido a ausência de uma resposta sua.
Por mais confusa e incomodada com essa situação, não sou do tipo garota depressiva, e você mais do que ninguém, sabe disso. Talvez jamais terá ideia da sensação que seu desapego me traz e essa minha capacidade de guardar para mim os sentimentos mais íntimos é algo que não largarei de mão. São as páginas dobradas do meu livro aberto, a única coisa que consegui preservar nessa minha vida transparente.
E sabe o que mais me irrita nisso tudo? A minha covardia na incapacidade de deixar você me odiar... Eu poderia não atender mais seus telefonemas, não responder suas mensagens, partir pra outra, olhar pra frente, te ignorar, esquecer, sei lá... Mas tenho medo que você não se importe com a minha ausência assim como me importo com a sua.
E assim sigo, covarde e completamente apaixonada... Apaixonada por você, apaixonada pela saudade, apaixonada pela dor, apaixonada pela dúvida. Porque me apaixono por tudo que vem de você, me apaixono até pelos seus defeitos, pelas suas falhas. E sei que essa junção de defeitos e qualidades tão intensa que você me passa é o que me faz insistir nessa covardia de continuar a te amar.
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