quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sim, há caretas na vibe



Confissões de uma adolescente,que põe em dúvida o maior mito das raves

Batida repetitiva, sol forte na cabeça, pessoas dançando sem parar. Cenas vistas constantemente em festas com músicas eletrônicas, as chamadas festas raves. O que deixa algumas perguntas no ar: seriam todos aqueles jovens bonitos e normalmente de classe média, usuários de drogas como o ecstasy? Ou seria possível ficar tantas horas, e às vezes até dias, dançando sem consumir nenhum tipo de entorpecente?
Conversamos com Camila, uma adolescente de 19 anos, que garante que existe um grande exagero em torno desse tema, e se mostra orgulhosa em ser conhecida como uma das “caretas das raves”.


CONTATO COM AS DROGAS:
“Costumo ir direto para essas festas e confesso que já vi muita coisa, mas nunca usei nada. Aliás, nenhum dos meus amigos que frequentam raves usam drogas. Nem bebida alcoólica gosto de tomar nessas festas, costumo beber água mesmo.”


DIAS DE FESTA:
“Algumas pessoas acham que para ir a uma rave é necessário o uso de drogas pra ficar ‘ligado’ o tempo todo. Mas não é assim. Sei que ninguém fica acordado durante horas ou até dias dançando direto em uma festa, o corpo não aguenta, isso é surreal. Mas é por isso que as raves normalmente acontecem em lugares abertos, com gramados. Sempre tem um lugar pra descansar, ouvir uma música mais lenta. Tem gente que até dorme, ou se preferir pode sentar na área de alimentação e comer alguma coisa. Também não é necessário ficar até o fim da festa, já aconteceu de faltar 8 ou 10 horas pra acabar e eu ir embora porque já estava cansada.”

EXAGERO:
“Eu e meus amigos achamos um absurdo aquele escândalo que aconteceu após a Tribe (Festa rave no sítio Happy Land em Itaboraí, que resultou na morte de Lucas Maiorano, 17 anos, por overdose). Isso foi notícia para mais de uma semana. Psicólogos, orientadores, médicos, todos dando opiniões na mídia. Lembro que chamaram a Happy Land de “O castelo das drogas”, como se todos que estavam lá fossem usuários. Eu estava lá com meus amigos e nem por isso usamos drogas. A imprensa escandalizou muito esse fato.”


O CONSUMO:
“O consumo existe sim, mas nada muito diferente de outras festas, como o Carnaval. Acredito que 50% das pessoas que frequentam raves não usam drogas. É que infelizmente essa relação de raves e drogas vem de longa data. As pessoas generalizam, rotulam mesmo. Mas não é assim, existe segurança, imagina se a maioria fossem usuários de drogas? Rave já teria sido proibido há muito tempo.”




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