
Hoje, antes de sair de casa liguei a TV para escutar as notícias enquanto me arrumava para mais um dia de trabalho. Foi então, durante o programa "Mais você" da Rede Globo, que escutei uma história que me chamou atenção ao ponto de me fazer parar meus afazeres e acompanhar aquela matéria.
Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Porém, quis o destino que a família Verdi, do interior de São Paulo, não tivesse essa sorte. Isso porque foram dois diferentes acidentes de avião, na mesma família, com quatro mortes. O primeiro aconteceu em agosto de 1960, quando um pequeno avião que transportava o marido e o irmão da professora aposentada Miltis Terra Verdi, fez um pouso forçado na Amazônia boliviana. Depois de quatro meses de buscas, o exército brasileiro encontrou o avião, intacto, e os dois corpos. E pela segunda vez em 49 anos, dona Miltis, mãe do empresário Raimundo Verdi Macedo, revive a tragédia, ao ter seu filho morto na queda da aeronave na mata de Santa Isabel, SP.
Mas o que veio, realmente, me chamar total atenção, foi que seu marido e seu irmão, que morreram por falta de comida e de água, deixaram um impressionante diário em que narravam as agruras pelas quais passaram até morrer.
Em 1960, Antônio Augusto Gonçalves, marido de Miltis, tinha 25 anos e junto com seu cunhado,Milton Terra Verdi, saíram de Rio Preto rumo à Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para comprar motor de avião. Eles sobrevoavam a floresta num Cessna 140, quando saíram da rota e foram obrigados a fazer uma aterrissagem forçada em uma clareira devido à falta de combustível. Os dois se perderam na mata e morreram de fome e de sede, isolados de tudo e clamando para reencontrar a família.
Augusto morreu 40 dias antes de Milton. Sufocado pela sede, bebeu gasolina como se fosse água. Tudo escrito detalhadamente pelo próprio Milton. Em um dos trechos, Milton diz: “3/9 - Estou sozinho, não tenho com quem conversar, tenho muita saudade de casa, da minha mulher, meus filhos, meus pais e irmãos. Tenho pensado muito nas minhas sobrinhas e na Miltis, coitadinhas tão novinhas e já sem pai. Se Deus me tirar vivo daqui, quero cuidar delas como se fossem minhas filhas. (...) Ó Deus, não consigo controlar a água, levo a lata na boca para molhar os lábios, quando vejo já tomei 6 ou 7 goles, preciso me controlar para não acabar logo.”
Os corpos foram encontrados 70 dias depois, diante da insistência do pai de Milton, Manoel de Oliveira Verdi (irmão do empresário Waldemar de Oliveira Verdi). Milton ainda teve forças para escrever um diário, que seu tio, o advogado Walter Dias, reuniu, organizou e transformou no livro ‘O Diário da Morte- A tragédia do Cessna 140’, com duas edições esgotadas.
To tentando achar o livro para ler, tá difícil =/
Título: Diário da morte
Autor: Milton Terra Verdi
Assunto: Acidentes Aéreos
Edição: Autores Reunidos
235 paginas
Formato: 14 X 21 cm
Ano: 1961
Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Porém, quis o destino que a família Verdi, do interior de São Paulo, não tivesse essa sorte. Isso porque foram dois diferentes acidentes de avião, na mesma família, com quatro mortes. O primeiro aconteceu em agosto de 1960, quando um pequeno avião que transportava o marido e o irmão da professora aposentada Miltis Terra Verdi, fez um pouso forçado na Amazônia boliviana. Depois de quatro meses de buscas, o exército brasileiro encontrou o avião, intacto, e os dois corpos. E pela segunda vez em 49 anos, dona Miltis, mãe do empresário Raimundo Verdi Macedo, revive a tragédia, ao ter seu filho morto na queda da aeronave na mata de Santa Isabel, SP.
Mas o que veio, realmente, me chamar total atenção, foi que seu marido e seu irmão, que morreram por falta de comida e de água, deixaram um impressionante diário em que narravam as agruras pelas quais passaram até morrer.
Em 1960, Antônio Augusto Gonçalves, marido de Miltis, tinha 25 anos e junto com seu cunhado,Milton Terra Verdi, saíram de Rio Preto rumo à Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para comprar motor de avião. Eles sobrevoavam a floresta num Cessna 140, quando saíram da rota e foram obrigados a fazer uma aterrissagem forçada em uma clareira devido à falta de combustível. Os dois se perderam na mata e morreram de fome e de sede, isolados de tudo e clamando para reencontrar a família.
Augusto morreu 40 dias antes de Milton. Sufocado pela sede, bebeu gasolina como se fosse água. Tudo escrito detalhadamente pelo próprio Milton. Em um dos trechos, Milton diz: “3/9 - Estou sozinho, não tenho com quem conversar, tenho muita saudade de casa, da minha mulher, meus filhos, meus pais e irmãos. Tenho pensado muito nas minhas sobrinhas e na Miltis, coitadinhas tão novinhas e já sem pai. Se Deus me tirar vivo daqui, quero cuidar delas como se fossem minhas filhas. (...) Ó Deus, não consigo controlar a água, levo a lata na boca para molhar os lábios, quando vejo já tomei 6 ou 7 goles, preciso me controlar para não acabar logo.”
Os corpos foram encontrados 70 dias depois, diante da insistência do pai de Milton, Manoel de Oliveira Verdi (irmão do empresário Waldemar de Oliveira Verdi). Milton ainda teve forças para escrever um diário, que seu tio, o advogado Walter Dias, reuniu, organizou e transformou no livro ‘O Diário da Morte- A tragédia do Cessna 140’, com duas edições esgotadas.
To tentando achar o livro para ler, tá difícil =/
Título: Diário da morte
Autor: Milton Terra Verdi
Assunto: Acidentes Aéreos
Edição: Autores Reunidos
235 paginas
Formato: 14 X 21 cm
Ano: 1961
Um comentário:
É um livro lindo e bastante triste. Encontrei um exemplar bem velhinho e desgastado escondido entre antiguidades em casa. É do meu pai, mas guardo com muito carinho como se fosse meu. Enfim, é emocionante e me trouxe até algumas inspirações. Vale muitíssimo a pena lê-lo.
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